Como lidar com recaídas - crises de compulsão alimentar, anorexia e bulimia
- Carol Avileis
- 1 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Crises de compulsão alimentar, pular refeições, ter uma crise de compulsão alimentar e depois colocar tudo para fora... tudo isso é uma recaída
Geralmente falamos de recaídas para pessoas que lutam com vícios, como alcoolistas, pessoas que sofrem com abusos de drogas, compulsão de compras, etc. Mas quem está se recuperando - e até quem é recuperado - de um transtorno alimentar também sofre com recaídas. Uma recaída para quem sofre com compulsão alimentar seria uma crise de compulsão, para quem se recupera da bulimia seria uma crise de compulsão seguida por uma purgação ou compensação, e para uma pessoa que luta contra a anorexia pode ser pular uma refeição ou ficar um dia sem comer.
O processo de recuperação de um transtorno alimentar geralmente é bem longo, sofrido e desafiador. Muitas vezes podem vir imagens de crises na mente que apenas reforçam o quanto é inútil continuar tentando. Outras vezes parece que a luta não vai acabar nunca, e dá vontade de desistir. De qualquer forma, uma recaída ativa todos os nossos padrões mentais que nos golpeiam com uma conversa mental mais ou menos assim:
"Isso não deu certo, então é melhor desistir."
"Já fiz de tudo, terapia, hipnose, medicação, meditação, yoga, frases de afirmação, nada resolve. Eu não tenho jeito."
"Sou um fracasso mesmo."

Se você passa por isso, saiba que esse diálogo mental é comum também para quem passa por um processo de recuperação de um transtorno alimentar. Se houve recaída, então, no mínimo, quer dizer que houve avanço. É normal que pessoas com pressupostos perfeccionistas, aquelas que pensam tudo ou nada, 8 ou 80, certo ou errado, desqualifiquem todas as suas vitórias e progressos e deem mais valor para as recaídas, hiper generalizando sua frequência: "SEMPRE acontece isso, NUNCA vou conseguir".
Como tirar o melhor de uma recaída
Aprender com a recaída: a recaída pode ser um experimento de aprendizado. Escrever sobre o que estava acontecendo antes, o que me fez recair e o que eu aprendi para melhorar as coisas no futuro pode ser uma ótima oportunidade para pensar sobre quais ferramentas você pode usar na próxima vez que uma situação "gatilho" acontecer.
Perceber qual a frequência que eu tinha crises antes e qual a nova frequência nesse momento. Reconhecer que a diminuição da frequência é um progresso importante.
Reenquadrar o sofrimento como algo útil, compreendendo que ele muitas vezes é uma espécie de aprendizado que me ajuda a compreender o que funciona e o que não funciona para mim.
Para todas essas formas de tirar da recaída o que existe de melhor, eu indico fortemente que você comece a trabalhar com a escrita terapêutica. Escrever sobre o que você pensa, sente e vive é uma das formas mais poderosas de realizar a autoterapia. Poderosos insights veem de momentos de concentração e fluxo livre de pensamentos que só são permitidos quando você se concentra na própria escrita.
E você? Como tem reagido com suas recaídas? Você imaginava que recaídas eram tão comuns? Estava preparado para elas? Conte aqui nos comentários para a gente!
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